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por Luís Biavati

A Esquizofrenia sob a ótica do Espiritismo

Atualizado: 19 de mar. de 2020


Nos últimos tempos, infelizmente me vi às voltas com uma pessoa muito querida por mim. com a qual possuo uma forte amizade há mais de vinte anos, e que após passar por inúmeros e traumáticos reveses em sua vida, vem apresentando um perfil bastante compatível com os quadros de esquizofrenia, a ponto de que atualmente, ter se tornado apenas uma pequena sombra do que já foi um dia... Na tentativa de entender para poder auxiliar essa pessoa amiga de uma forma mais eficiente, me deparei com a seguinte questão: Mas, afinal o que é a esquizofrenia? Comecei a ler sobre o tema para aprender sobre quais são seus sintomas e se há alguma correlação entre a esquizofrenia com problemas de ordem espiritual. Vou tentar colocar aqui de forma abreviada o que li e aprendi sobre esse grave problema e traçar um pararelo em relação à espiritualidade. Mas primeiramente, precisamos entender de forma clara como a medicina a entende atualmente:

O que é Esquizofrenia?

A esquizofrenia é um transtorno mental complexo que dificulta na distinção entre as experiências reais e imaginárias, interfere no pensamento lógico, nas respostas emocionais normais e comportamento esperado em situações sociais. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a esquizofrenia não é um distúrbio de múltiplas personalidades. É uma doença crônica, complexa e que exige tratamento por toda a vida.

Causas:

As causas exatas da esquizofrenia ainda são desconhecidas, mas os médicos acreditam que uma combinação de fatores genéticos e ambientais possa estar envolvida no desenvolvimento deste distúrbio. Problemas com certas substâncias químicas do cérebro, incluindo neurotransmissores como a dopamina e o glutamato, também parecem estar envolvidos nas causas da esquizofrenia. Estudos recentes de neuroimagem mostram diferenças na estrutura do cérebro e do sistema nervoso central das pessoas com esquizofrenia em comparação aos de pessoas saudáveis. Embora os pesquisadores não estejam totalmente certos sobre o que significam todos esses fatores, estes são indícios de que a esquizofrenia é, de fato, uma doença cerebral.

Fatores de risco:

Apesar de as causas da esquizofrenia ainda serem desconhecidas, sabe-se de alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da doença. Tais como:

  • História familiar de esquizofrenia;

  • Ser exposto a toxinas, vírus e à má nutrição dentro do útero da mãe especialmente nos dois primeiros trimestres da gestação;

  • Doenças autoimunes;

  • Ter um pai com idade mais avançada;

  • Fazer uso de medicamentos psicotrópicos durante a adolescência e o início da vida adulta;

  • Tabagismo.

Sintomas de Esquizofrenia:

Os sintomas de esquizofrenia no sexo masculino costumam aparecer entre os 20 e 25 anos. Já em mulheres, os sinais da doença são mais comuns beirando os 30 anos de idade. É raro encontrar casos de esquizofrenia em crianças ou adultos acima dos 45 anos. A esquizofrenia envolve uma série de problemas tanto cognitivos quanto comportamentais e emocionais. Os sintomas costumam variar e entre eles estão inclusos:

Delírios

Estes são crenças em fatos irreais que não possuem base alguma na realidade. Uma pessoa com esquizofrenia pode achar, por exemplo, que está sendo prejudicada de alguma forma ou até mesmo assediada. Ela pode acreditar, também, que certos gestos ou comentários são direcionados a ela, que ela tem alguma capacidade ou talento excepcional ou até mesmo fama. Pode achar, também, que determinada pessoa está apaixonada por ela e que uma grande catástrofe está prestes a ocorrer. Alguns delírios incluem ideias de que algumas partes do corpo não estão em pleno funcionamento e têm uma incidência de quatro em cinco pessoas com esquizofrenia.

Alucinações

Estas, em termos gerais, envolvem ver ou ouvir coisas que não existem. No entanto, para a pessoa com esquizofrenia, essas coisas tem toda a força e o impacto de uma experiência normal. As alucinações podem estar em qualquer um dos sentidos, mas ouvir vozes é a alucinação mais comum de todas.

Pensamento desorganizado

Esse sintoma pode ser refletido na fala, que também sai desorganizada e com pouco ou nenhum nexo. A ideia de que pensamento desorganizado é um sintoma da esquizofrenia surgiu a partir do discurso desorganizado de alguns pacientes. Para os médicos, os problemas na fala só podem estar relacionadas à incapacidade de a pessoa formar uma linha de pensamento coerente. Neste sentido, a comunicação eficaz de uma pessoa portadora de esquizofrenia pode ser prejudicada por causa deste problema, e as respostas às perguntas feitas podem ser parcial ou completamente alheias e desconexas.

Habilidade motora desorganizada ou anormal

O comportamento de uma pessoa com esse tipo de disfunção não é focado em um objetivo, o que torna difícil para ela executar tarefas. Comportamento motor anormal pode incluir resistência a instruções, postura inadequada e bizarra ou uma série de movimentos inúteis e excessivos.

E há outros sintomas também:

Além dos sinais citados, outros parecem estar relacionados com a esquizofrenia. Uma pessoa com a doença pode:

  1. Não aparentar emoções

  2. Não fazes contato visual

  3. Não alterar as expressões faciais

  4. Ter fala monótona e sem adição de quaisquer movimentos que normalmente dão ênfase emocional ao discurso.

Além disso, a pessoa pode ter reduzida sua capacidade de planejar ou realizar atividades, tais como:

  1. Diminuição da fala

  2. Negligência na higiene pessoal

  3. Perda de interesse em atividades cotidianas

  4. Isolamento social

  5. Sensação de incapacidade de conseguir sentir prazer em qualquer área da vida.

Entendidos os fatores que podem levar à esquizofrenia como também os sintomas comumente apresentados, vejamos aqui um trecho de um livro espírita que aborda sobre essa enfermidade:

"A esquizofrenia é enfermidade muito complexa, nos estudos da saúde mental. As pesquisas psiquiátricas, psicanalíticas e neurológicas têm projetado grande luz às terapêuticas de melhores resultados nas vítimas dessa terrível alienação. No entanto, há ainda muito campo a desbravar, em razão de as suas origens profundas se encontrarem inseridss no Espírito que delinque. A consciência individual, representando, de algum modo, a Cósmica, não se poupa, quando se descobre em delito, após a liberação da forma física, engendrando mecanismos de auto-reparação ou que lhe são impostos pelos sofrimentos advindos da estância do além-túmulo.

Afetando o equilíbrio da energia espiritual que constitui o ser eterno, a consciência individual imprime, nas engrenagens do perispírito, os remorsos e turbações, os recalques e conflitos que perturbarão os centros do sistema nervoso e cerebral, bem como os seus equipamentos mais delicados, mediante altas cargas de emoção descontrolada, que lhe danificam o complexo orgânico e emocional.

Noutras vezes, desejando fugir à sanha dos inimigos, o Espírito busca o corpo como um refúgio, no qual se esconde, bloqueando os centros da lucidez e da afetividade, que respondem como indiferença e insensibilidade no paciente de tal natureza.

Eugênio Bleuler, sem demérito para os demais pesquisadores das alienações mentais, foi quem mais penetrou nas causas da esquizofrenia, do ponto de vista científico, concluindo que a mesma é “uma afecção fisiógena, mas com ampla superestrutura psicógena”. Nessa “estrutura psicógena”, situamos os fatores cármicos, de procedência anterior ao berço, que pesam na consciência culpada…

O esquizofrênico, segundo a escola bleuleriana, não tem destruída, conforme se pensava antes, a afetividade, nem os sentimentos; somente que os mesmos sofrem dificuldade para ser exteriorizados, em razão dos profundos conflitos conscienciais, que são resíduos das culpas passadas. E porque o Espírito se sente devedor, não se esforça pela recuperação, ou teme-a, a fim de não enfrentar os desafetos, o que lhe parece a pior maneira de sofrer, do que aquela em que se encontra. Nesses casos, pode-se dizer, como afirmava o ilustre mestre suíço, que a esquizofrenia se encontra no paciente, de forma latente, pois que, acentuamos, é-lhe imposta desde antes da concepção fetal. Razão essa que responde pelas sintomatologias neuróticas, produzindo alterações da personalidade que se vai degenerando em razão dos mecanismos de culpa impressos no inconsciente. Assim, não é raro que o paciente fuja para o autismo…

Rigidez, desagregação do pensamento, idéias delirantes, incoerência são algumas alterações do comportamenteo esquizofrênico, originadas no recesso do Espírito que, mediante aparelhagem fragmentada, se expressa em descontrole, avançando para a demência, passando antes pela fase das alucinações, quando reencontra os seus perseguidores espirituais que ora vêm ao desforço. Sejam, portanto, quais forem os fatores que propiciam a instalação da esquizofrenia, no homem, o que desejamos é demonstrar que o Espírito culpado é o responsável pela alienação que padece no corpo, sendo as suas causas atuais consequências diretas ou não do passado."

Livro: "Loucura e Obsessão" - Cap. 4

Pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda

Psicografado por Divaldo Franco.

Namastê

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